sábado, 12 de fevereiro de 2011

Como seria?

Como seria se pudéssemos nos jogar dos lugares mais altos, só pra sentir a sensação de voar? Como seria se todas as vezes que sentíssemos vontade de gritar, simplesmente o fizéssemos? Se não nos preocupassemos com julgamentos alheios, se apenas nos importássemos com nossas próprias vidas e nossas respectivas felicidades.

Como seria o mundo se não tivéssemos vergonha de dizer: "eu te amo", se passássemos a realmente prestar atenção no que nos cerca, nas coisas boas e nas ruins também?

O mundo seria de que cor, nossas vidas seriam de que jeito?

E se o mundo fosse uma tão, e somente, profusão de sons e sentimentos. Se os conflitos entre países se resolvessem num concurso de dança? Se as lágrimas, hoje em abundância, secassem antes mesmo de chegar ao chão, pois um sorriso se abrira no meio do caminho.

O mar seria de que cor, nossas vidas seriam de que jeito?

E se os loucos fossem os sãos, se descobríssemos que nós é que eramos os diferentes?

Como seria se passássemos a mudar as pessoas e não o mundo?

E se começassemos a cantar canções, a recitar versos e poemas, a respeitar as diferenças.

Ah! E como seria se o egoísmo não existisse, se fosse varrido de nossas almas, do nosso ser? E se só existisse a vida, se a morte fosse apenas uma forma de trocá-la e assim viver novas experiências?

O céu seria de que cor, nossas vidas seriam de que jeito?

Como seria se todos nós, reunissemos todas as pessoas mais importantes em um só lugar,de preferência num lugar alto, e lá, observando as feições de cada um deles, lembrando os momentos que passaram juntos, os olhando firmemente nos olhos, gritarem uns para os outros: Ah! Como eu amo você!

E de lá, do lugar mais alto, todos pularem de mãos dadas, rumo a sensação de liberdade, a sensação de voar.

O ruim é que no vôo sempre há o risco de nos machucarmos. É por isso que, muitos continuam sem a coragem para o "eu te amo", sem o grito, sem o canto, sem o respeito, sem o vôo, apenas imaginando de que cor seria o mundo, o céu e o mar se suas vidas fossem diferentes.

Como seria se tudo fosse diferente?

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Foto: "Liberdade" de Carlos Magno

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Doar-se

Poucas pessoas no mundo possuem a nobre capacidade de doar-se incondicionalmente. Não estimado leitor romântico, não limito esse dom ao amor, embora seja uma das requisições inerentes ao sujeito doador. Falo em sentido geral e irrestrito. Doar-se ao seu trabalho, doar-se a sua família, doar-se ao parceiro, doar-se ao filho, doar-se à vida.

Se quer um conselho, entregue-se sem medo. Corra o risco, sinta a adrenalina, tenha receio, sinta raiva, urre de dor; chore ou ria de alegria, morra de felicidade, faça com prazer, tranque-se no quarto com tristeza; seja egoísta, vaidoso. Permita-se. Sinta inveja, pratique trabalho voluntário, xingue, fale palavrão, acorde cedo, caminhe e olhe de verdade os rostos que passam por você na rua.

Doar-se ao seu trabalho, doar-se a sua família, doar-se ao parceiro, doar-se ao filho, doar-se à vida
Se quiser, cante alto e cante e dance e cante e gire pelas ruas. Conheça os teus vizinhos. Pare para ouvir o passado. Tu achas que é só senilidade? Faça novas amizades e ligue para um amigo dos tempos de ginásio. Como será que anda teu amigo pra sempre da 5ª série? Volte ao lugar onde nasceu, viaje para o lugar que mais gosta e experimente, experimente sempre e a todo momento um lugar novo. Finja ser uma outra pessoa, então passe a falar somente a verdade. Tente. Desista. Você não precisa ganhar. Você não precisa ganhar? Você precisa ganhar.

Enlouqueça-se. Coma brócolis, pule de paraquedas, fale bobagens com seus amigos e fale sério também. Saia pra dançar ou fique em casa. Enclausure-se. Faça sexo, tanto faz se sozinho ou acompanhado. Mude-se de casa, de ares, de rumo. Mude de direção, sempre.

O que eu proponho, caro leitor romântico, é a vida, é a vida.

Abraços.